Por Pe Jean Derobert.
"Padre Pio era
o modelo de cada padre... Não se podia assistir "à sua Missa", sem
que nos tornássemos, quase sem perceber, "participantes" desse drama
que se vivia a cada manhã sobre o altar. Crucificado com o Crucificado, o Padre
revivia a paixão de Jesus com grande dor, da qual fui testemunha privilegiada,
pois lhe ajudava, na missa .
Ele nos ensinava que nossa Salvação só se poderia obter se, em primeiro
lugar, a cruz fosse plantada na nossa vida. Dizia: "Creio que a Santíssima
Eucaristia é o grande meio para aspirar à Santa Perfeição, mas é preciso
recebê-La com o desejo e o engajamento de arrancar, do próprio coração, tudo
o que desagrada Àquele que queremos ter em nós".(27 de julho 1917). Pouco
depois da minha ordenação sacerdotal, explicou-me ele que, durante a
celebração da Eucaristia, era preciso era preciso colocar em paralelo a
cronologia da Missa e a da Paixão. Trata-se, antes de tudo, de compreender e de
realizar que o Padre no altar É Jesus Cristo. Desde então, Jesus, em seu
Padre, revive indefinidamente a mesma Paixão.
Do sinal da cruz inicial até o Ofertório, é preciso ir encontrar
Jesus no Getsemani, é preciso seguir Jesus na Sua agonia, sofrendo diante deste
"mar de lama" do pecado. È preciso unir-se a Jesus em sua dor de ver
que a Palavra do Pai, que Ele veio nos trazer, não é recebida pelos homens,
nem bem, nem mal. E, a partir desta visão, é preciso escutar as leituras da
Missa como sendo dirigidas a nós, pessoalmente .
O Ofertório: É a prisão, chegou a hora...
O Prefácio: É o canto de louvor e de agradecimento que Jesus dirige
ao Pai, e que Lhe permitiu, enfim, chegar a esta "Hora".
Desde o início da oração Eucarística até a Consagração : Nós
nos unimos (rapidamente!...) a Jesus em Seu aprisionamento, em Sua atroz
flagelação, na Sua coroação de espinhos e Seu caminhar com a cruz nas
costas, pelas ruelas de Jerusalém e, no "Memento", olhando todos os
presentes e aqueles pelos quais rezamos especialmente.
A Consagração nos dá o Corpo entregue agora, o Sangue derramado
agora. Misticamente, é a própria crucifixão do Senhor. E é por isso que
Padre Pio sofria atrozmente neste momento da Missa.
Nós nos uníamos em seguida a Jesus na cruz, oferecendo ao Pai, desde esse
instante, o Sacrifício Redentor. Este é o sentido da oração litúrgica que
segue imediatamente à consagração.
"Por Cristo com Cristo e em Cristo" corresponde ao grito de
Jesus: "Pai, nas Tuas Mãos entrego o Meu Espírito!" Desde então, o
sacrifício é consumado pelo Cristo e aceito pelo Pai. Daqui por diante, os
homens não mais estão separados de Deus e se encontram de novo unidos. É a
razão pela qual, nesse instante, recita-se a oração de todos os filhos:
"Pai Nosso...".
A fração da hóstia indica a Morte de Jesus...
A Intinção, instante em que o Padre, tendo partido a hóstia
(símbolo da morte...), deixa cair uma parcela do Corpo de Cristo no cálice do
Precioso Sangue, marca o momento da Ressurreição, pois o Corpo e o Sangue
estão de novo reunidos e é ao Cristo Vivo que vamos comungar. A Benção do
Padre marca os fiéis com a cruz, ao mesmo tempo como um extraordinário
distintivo e como um escudo protetor contra os assaltos do Maligno...
Depois de ter escutado uma tal explicação dos lábios do próprio Padre e
sabendo bem que ele vivia dolorosamente tudo aquilo, compreende-se que me tenha
pedido segui-lo neste caminho... o que eu fazia cada dia... E com que alegria!
Pe Jean Derobert.
Pe Jean Derobert.
Palavras do padre Pio
Jesus me consolou. Em 18 de abril de 1912, depois de uma luta terrível
contra o inferno, a consolação do Senhor me veio depois da Missa: "Ao
final da missa, conversei com Jesus para a ação de graças. Oh quanto foi
suave o colóquio mantido com o paraíso nessa manhã!... O coração de Jesus e
o meu se fundiram. Não eram mais dois que batiam, mas um só. Meu coração
tinha desaparecido como uma gota de água se dissolve no mar... - Padre Pio
chorava de alegria.- Quando o paraíso invade um coração, esse coração
aflito, exilado, fraco e mortal não pode suporta-lo sem chorar...". Ao Pe
Agostinho, 18/04/1912, em "Padre Pio, Transparent de Dieu", J.Derobert.
Confidências a seus filhos espirituais
"Minha missa é uma mistura sagrada com a Paixão de Jesus. Minha
responsabilidade é única no mundo", disse ele chorando.
"Na Paixão de Jesus, encontrarão também a minha".
"Não desejo o sofrimento por ele mesmo, não; mas pelos frutos que me
dá. Ele dá glória a Deus e salva meus irmãos, que mais posso desejar?".
"A que momento do Divino Sacrifício mais sofreis?". - Da
consagração à comunhão." "Durante o ofertório?. - É neste
momento que a alma é separada das coisas profanas." "A
consagração?". - É verdadeiramente aí que advém uma nova admirável
destruição e criação." "A Comunhão? Na comunhão, sofreis a
morte? - Misticamente, sim. - Por veemência de amor ou de dor? - Por uma e
outra: mas mais por amor." "Sofreis toda e sempre a Paixão de
Jesus?". - Sim, por Sua bondade e Sua condescendência, tanto quanto é
possível a uma criatura humana. - E como podeis trabalhar com tanta dor? -
Encontro o meu repouso sobre a cruz." "Como nós devemos ouvir a Santa
Missa?". - Como a assistiam a Santa Virgem Maria e as Santas mulheres. Como
São João assistiu ao Sacrifício Eucarístico e ao Sacrificio sangrento da
cruz "". Pe. Tarcísio, Congresso de Udine, 1972.
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SALVE MARIA!!
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